Quais os reais benefícios do Tantra para a sexualidade?

Quais os reais benefícios do Tantra para a sexualidade?
 

 Os reais benefícios do tantra para a sexualidade, não é fazer você atingir superorgasmos, ou aumentar a sua conexão com seu par, mas te fazer estar em um estado de presença, e desenvolver a arte do não julgamento.

 

O que é o estado de presença?
 

 O estado de presença é caracterizado pela ativação da consciência. 
 
 Talvez, você já tenha percebido na sua mente,  a existência de vozes e múltiplos pensamentos, que muitas vezes prejudicam o desfrute do aqui e agora. Ou até mesmo tensões e desconfortos corporais, que te impedem de estar completamente imerso na experiência do momento. 

 O Tantra é nada mais, nada menos, algo que te convida para a ativação da consciência superior que coabita teu corpo/mente, junto com as demais vozes, pensamentos e sensações de um passado, que estão vivas dentro de você.

 Você não é todo esse turbilhão interior. Você é o observador, a sua consciência.

 Quando você se desloca para a posição do observador silencioso, então todas as outras vozes, pensamentos e desconfortos perdem força, e você se torna quem você é: sua consciência. 
 
 Você pode observar cada uma dessas ondas que agitam o seu mar interno, com mais clareza e leveza, e escolher onde colocar a sua atenção. E assim, poderá desfrutar daquilo que estimula seus sentidos no momento presente, integralmente.

 É estar presente naquilo que sente, sem desvios de atenção, que intensifica qualquer sensação.
 

Você não é seu sofrimento

 
 Os conflitos emocionais se caracterizam por uma fragmentação: são partes distintas, que apontam para direções diferentes, emoções ambiguas, e falta de um acordo interno que promova a paz.
 
 Essas ambiguidades e distorções, trazem sofrimento psíquico. 

 Quando você se coloca na posição do observador, quando você sai do meio da tempestade, e ativa a sua consciência, olhando para a situação de fora e de cima, você se distancia do conflito. O sofrimento diminui, ou mesmo termina. Depende do quanto você consegue se distanciar.

 Isso não é sobre fuga, é sobre observar a partir da ativação da consciência. É sobre não tomar partido nessa confusão interna, sentar e observar calmamente, até que uma solução seja encontrada. E, na posição de observador, pode escolher focar na solução, pois ela também está dentro de você.

 


Mas qual a relação com sexualidade?

 

 Sexualidade é sobre a forma que você se conecta com as pessoas ao seu redor, a forma como você se expressa no mundo. Sexualidade também nos fala como você responde a estímulos sensoriais…sobre o que te dá prazer, e por qual razão isso acontece.

 Uma pessoa em estado de sofrimento psíquico, pode buscar conexões e prazeres sexuais como forma de distanciamento do sofrimento. Aqui, o distanciamento frequentemente será uma fuga, e não uma ativação da consciência.

 O sofrimento existe, por existir uma identificação com o conflito e desativação da consciência superior. 

 A pessoa que busca a solução para o sofrimento no prazer externo, e em relacionamentos sexuais,  pode acreditar que precisará de cada vez mais e mais estímulos exteriores para modular as emoções - por conta do bem estar passageiro que essa falsa solução traz - quando o que na verdade ela precisa, é do estado de presença, a partir da ativação da consciência.

 
O Tantra estimula esse estado de presença para levar o ser para fora do estado de conflito psíquico e sofrimento emocional, e colocá-lo na posição de observador: o observador é aquele que escolhe para onde olha, aquele que direciona o foco, e sai da posição de escravo das emoções para governante dos instintos

 O Tantra, estimula a ativação da consciência EM TODAS AS SITUAÇÕES DE VIDA, incluindo nas experiências sexuais. 

 E, talvez por ser a única linha - ou uma das poucas linhas - de pensamento que trouxe o estado de presença para o sexo, é que ficou associado ao sexo, ao orgasmo, e à sexualidade.

 Entretanto, aquele que busca o Tantra para ter prazeres físicos, ainda é um escravo do corpo. Sua mente vibra em um nível de subjugação aos sentidos, e não na frequência do comando, e ativação de uma consciência superior.

ENTENDA: 
 
 A intensificação do prazer corporal, acontece a partir do refinamento da energia sexual, e isso é uma consequência do estado de presença, da ativação da consciência.

  A ativação de uma consciência superior, conduz a transmutação de uma energia mais densa em uma energia mais sutil, que será capaz de sair de um centro restrito, para espalhar-se por todo o corpo, tal como a água que preenche cada pequeno espaço vazio. 

 O orgasmo, no Tantra, não é o fim em si, é apenas uma possível consequência muito agradável, de uma consciência ativada, que governa os próprios fluxos, e sabe onde, quando e como, manipular a energia sexual.


Massagem Tântrica Sensitive

 Partindo do que foi exposto acima, a “massagem tântrica” só poderia ser aplicada por pessoas com um nivel de treinamento e evolução alto o suficiente, para ativar consciências e manipular energias, e ainda assim, não seria o ideal, pois estamos falando do governo do espírito sobre a matéria, dessa forma, o próprio indivíduo interessado no governo dos seus sentidos e sensações, deveria treinar para alcançar tais habilidades, a partir da ativação de uma consciência superior, em si mesmo.

  


A arte do Não Julgamento

 

   Todos nós julgamos.

  Julgamentos são sentenças que emitimos sobre algo.

  É como sentir tesão, e pensar que é uma sensação incômoda, ou mesmo pensar que, porque o sente, precisa fazer algo a respeito. 


 

A arte do não julgamento, está totalmente atrelada à capacidade de manter-se no momento presente, sem associar o que é vivido e sentido à experiências do passado, e sem ser levado de forma impulsiva à ação.

 


  Não julgar é um desafio, visto que, nosso corpo/mente responde a partir de julgamentos.

  É o julgamento que nos mantém vivos. 

 Imagina que todas as experiências que você viveu no passado, geraram sentenças, que vão orientar tuas condutas futuras.

  Se julgamos, é porque temos memórias, e queremos estar prontos para o que virá.

  A questão é: quantas dessas memórias são realmente necessárias para a nossa segurança e sobrevivência, e quantas são baseadas exclusivamente no medo do sofrimento e ignorância?

 A arte do não julgamento, é a arte de observar as próprias sensações e pensamentos, e questionar.

 Você pode se questionar sobre o que fazer de positivo e construtivo com o seu tesão pela amiga da sua namorada, por exemplo. Observar de onde essa sensação realmente vem, ao invés de pensar que é uma sensação péssima, sentir culpa, reprimir, e depois explodir de alguma forma destrutiva. Você pode simplesmente, não julgar essa sensação como algo que tem o direito de sentir, para não alimentá-la, enquanto observa a razão dela surgir, dessa forma e neste momento. Você não precisa se desesperar sentenciando a sensação como algo negativo, mas você pode questionar a razão dela existir, e o que tem para te ensinar. Você não precisa se entregar para essa sensação, sob o risco de intensificá-la, e inserir no seu corpo/mente a informação de que está tudo bem sentir tesão pela amiga da sua namorada. Basta apenas que observe essa sensação, quando e como ela chega, e governá-la, para que se transforme em algo que contribua para o seu crescimento e não para a sua ruína. 

 Se você julga essa sensação como algo bom, pode acabar passando por cima de valores e princípios que mantém a tua saúde mental, física e espiritual preservadas. Se você julga essa sensação como algo ruim, poderá sentir culpa, remorso, reprimir uma força poderosa, que depois explodirá em atitudes impensadas, raivas, ciúmes, doenças. 

 A arte do não julgamento, é a arte do questionamento, na busca de soluções que contribuam para a sua prosperidade em todos os níveis, sem negar a realidade.

 Quem julga, sentencia. Quem não julga, pode ganhar a liberdade a partir dos questionamentos adequados.